quinta-feira, 29 de abril de 2021

PANDEMIA E A HISTÓRIA

Qual seria então a importância de perceber a relação entre as doenças e a História?

A doutora em medicina Rita de Cássia Barradas Barata em um artigo publicado na revista caderno de Saúde Pública, explica que quando vamos analisar uma epidemia é importante entender o seu contexto. Segundo ela, os surtos epidêmicos sempre estiveram presentes na história humana, mas eles se intensificam em alguns momentos específicos. Um exemplo da relação entre as pandemias e o contexto citado por ela, é o surgimento de mais doenças no final do século XIX e XX em decorrência da expansão imperialista das potências europeias e dos EUA.

Nesse sentido, isso ocorre, principalmente, em tempo de crises sociais ou mudanças nos modos de produção de determinada sociedade.

Ainda segundo a autora, existem dois importantes vieses para analisar uma epidemia do ponto de vista histórico: o conhecimento que determinada sociedade tinha sobre o fenômeno e as formas que o Estado atuou nesse período.

A forma como uma sociedade reage em tempos de pandemias reflete muito sobre ela. Uma das principais diferenças nessas reações está relacionada com o conhecimento médico.

O médico Stefan Cunha Ujuari, mestre em doenças infecciosas pela Unifesp e autor do livro “A História da Humanidade contada pelo vírus”, aponta que antes do desenvolvimento da medicina microbiana no século XIX, a falta de conhecimento científico fazia com que as pessoas acreditassem que a sua causa estava ligada à castigos divinos, bruxarias ou ações demoníacas.

Além da relação com a superstição, o autor também salienta a relação da doença com o contexto em que ela se desenvolveu. Para ele, as conquistas territoriais, as guerras e a expansão do comércio contribuíram para espalhar vírus e bactérias para outros lugares do mundo. Conforme ele salienta na frase em que diz que os “microrganismos foram globalizados pelo homem”.

Medicina X Superstições

As práticas de confinamento dos doentes como estratégia para conter a proliferação das doenças só começou no século XVIII, antes disso a prática já podia ser verificada em alguns locais e períodos diferentes, mas não com o aspecto de política com entendimento sanitário.

É no final da Idade Média, com o surgimento das Universidades, que o conhecimento médico ocidental passa por mudanças e vai, aos poucos, deixando o aspecto supersticioso de “castigo divino”. Nesse período, surge então o conceito de epidemia, que designa a elevação dos casos de determinada doença de forma brusca em um local específico como uma cidade, estado ou país. Quando a dimensão, de quantidade e espaço, se eleva a nível de continentes ou até mesmo global, essa epidemia que se espalhou passa a ser chamada de pandemia.

Na passagem do século XIX para o XX, a criação das vacinas revoluciona o modo como as sociedades tratam seus doentes, gerando então a prática da imunização em massa.

 

Trechos da publicação “Pandemias: como as doenças mudaram a História”

Publicado por Caroline Dähne em 01/04/2020

 

https://nastramasdeclio.com.br/historia/pandemias-como-as-doencas-mudaram-a-historia/

 

 

 

segunda-feira, 29 de junho de 2020

JEITO TUCUJÚ


LETRA DE MÚSICA

Jeito Tucujú


Quem nunca viu o Amazonas
Nunca irá entender a vida de um povo
De alma e cor brasileiras
Suas conquistas ribeiras
Seu ritmo novo
Não contará nossa história
Por não saber ou por não fazer jus
Não curtirá nossas festas tucujú
Quem avistar o Amazonas nesse momento
E souber transbordar de tanto amor
Esse terá entendido o jeito de ser do povo daqui
Quem nunca viu o Amazonas
Jamais irá compreender a crença de um povo
Sua ciência caseira
A reza das benzedeiras
O dom milagroso

CLIC AQUI E ASSISTA AO VÍDEO
ATIVIDADE

01-    VOCÊ NASCEU NO AMAPÁ? AONDE?
02-    QUEM NASCE NO AMAPÁ É?
03-VOCÊ SABE O QUE QUER DIZER TUCUJU?
04-VOCÊ JÁ AVISTOU O AMAZONAS? QUANDO? AONDE?
05- Quem nunca viu o Amazonas
Jamais irá compreender a crença de um povo
Sua ciência caseira
A reza das benzedeiras
O dom milagroso
EXPLIQUE O TRECHO DA MÚSICA.


sexta-feira, 19 de junho de 2020

PANDEMIAS


A pandemia ocorre quando uma epidemia de origem infecciosa sai do controle e afeta grandes quantidades populacionais como um continente ou o planeta inteiro. Os primeiros relatos de pandemia se originaram do vírus da gripe em 1580 na Ásia, que em apenas 6 meses se espalhou pela Europa, África e posteriormente para a América do Norte e Reino Unido, matando em torno de 10% da população em áreas afetadas pela doença.
Posteriormente, a gripe ataca novamente. Desta vez, sua origem vem da Rússia como um surto no ano 1729 e se tornou uma pandemia em 1732 onde tomou o mundo inteiro, matando em torno de 500 mil pessoas em 36 meses. Outros casos de pandemias ocorreram anos 1781 na China quando infectou a Europa em 8 meses, e em 1830 que também teve início na China, passando pela Ásia, Europa e as Américas, onde infectou em torno de 25% da população. Após estas, as pandemias começaram a ter nome próprio:
  • Gripe Russa: Surgiu em 1889 atacando a Europa, e chegando a Salvador por navios e se alastrando até o Rio de Janeiro.
  • Gripe Espanhola: Surgiu em 1918, e se espalhou por todo o planeta, estima-se que 50% da população mundial foi contaminada, levando a 40 milhões de pessoas ao óbito. A gripe espanhola é considerada a pior pandemia da história, e se originou nos Estados Unidos e não na Espanha.
  • Gripe asiática: Surgiu na China em 1957, onde se alastrou em questão de meses para Austrália, índia, Europa, África e os Estados Unidos. Atingindo todos os países em torno de 10 meses. A mortalidade desta pandemia variou de acordo com a área atingida, chegando a 80%.
  • Gripe de Hong Kong: surgiu na China em 1968, onde infectou 500 mil pessoas em Hong Kong, causando grande impactado na Guerra do Vietnam, quando foi levada aos Estados Unidos e se espalhou rapidamente no mundo inteiro.
  • Coronavírus: surgiu em Wuhan, na China, em 2019, se espalhando rapidamente pelo mundo. Embora tenha baixa letalidade (3 a 4%, em sua maioria idosos, pessoas com problemas respiratórios e baixa imunidade), sua virulência é bastante alta, infectando pelo menos 120.000 pessoas até 11 de março de 2020. Trouxe enormes prejuízos para a economia global, pois paralisou boa parte da indústria chinesa, milhares de voos foram cancelados. A Itália chegou a declarar todo o país uma zona de quarentena, restringindo a entrada e saída de pessoas.
Além da gripe, outras doenças originaram grandes pandemias como a cólera, que acarretou em 8 grandes pandemias que tomaram o mundo inteiro:
  1. Teve início na Índia em 1816 onde se alastrou para China e chegou a República do Azerbaijão, Cazaquistão, Turcomenistão e Rússia através do Mar Cáspio.
  2. De início na Europa, a cólera infectou os Estados Unidos, Canada e Inglaterra em 1832.
  3. Afetou gravemente a Rússia, a partir de 1852, causando mais de um milhão de óbitos.
  4. Se alastrou rapidamente entre a população Europeia e Africana entre 1863 e 1875.
  5. Grande contaminação da América do Norte no ano de 1866.
  6. Infectou principalmente a Alemanha causando mais de 8 mil mortes no país em 1892.
  7. Atingiu a Rússia em 1899, mas com o avanço da Saúde pública, a Europa foi pouco afetada.
  8. Iniciou-se na Indonésia em 1961 se alastrou para Bangladesh, Índia, e chegou a União Soviética em 1966.
No século XVIII na baixa idade média, por falta de saneamento, a peste negra assolou a Europa dizimando entre um terço (25 milhões) a metade da população (75 milhões).
Em decorrência da colonização, doenças novas foram introduzidas em certas áreas, onde evoluíram para grandes pandemias como a da varíola e o sarampo, que ocorreu entre 1500 a 1530 no México e Peru causando mais de 2 milhões de mortes.
Atualmente o vírus HIV causa uma grande pandemia global de AIDS, desde seu descobrimento em 1982 o vírus já infectou mais de 60 milhões de pessoas, resultando em 20 milhões de óbitos. Atualmente, mais de 34 milhões de pessoas estão infectadas. Outras doenças como o Ebola, Zika, Dengue e Chikungunya estão sendo estudadas profundamente pela comunidade científica, pela facilidade de contaminação mundial, podendo resultar em grandes pandemias.

O que é o coronavírus?
  • Coronavírus são uma grande família de vírus que infectam principalmente animais
  • Mas podem causar também infecções em seres humanos, com sintomas semelhantes aos resfriados ou gripes leves
  • Pode levar a complicações respiratórias em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido
  • As infecções geralmente não são diagnosticadas por serem benignas, e se espera a cura instantânea
  • São transmitidos entre humanos por via aérea, contato com secreções ou objetos contaminados, principalmente no inverno
  • Dois coronavírus causaram epidemias graves e possivelmente mortais em humanos
  • A SARS, Síndrome Respiratória Aguda Grave foi responsável por uma epidemia mundial entre novembro de 2002 e julho de 2003
  • E a MERS, Síndrome Respiratória do Oriente Médio, identificada pela primeira vez em 2012
  • Em 2020 um novo coronavírus foi identificado na China
  • Os principais sintomas são febre, tosse e dificuldade para respirar, além de dores no estômago
  • As duas síndromes tiveram origem em morcegos, na época um animal intermediário
  • No caso da SARS, a origem foi o gato de algália, consumido por humanos na China. No caso da MERS, um dromedário
  • Ainda não existem medicamentos ou vacinas para combater esse vírus

Sintomas de coronavírus:
Febre, tosse, falta de ar e dificuldade para respirar, problemas gástricos, diarreia...
Casos graves: Pneumonia, síndrome respiratório agudo severo, insuficiência renal...
Coronavírus no Brasil:
O novo coronavírus já estava circulando havia pelo menos 20 dias no Brasil quando multidões tomaram as ruas de grandes cidades para celebrar o carnaval, revela um estudo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O trabalho mostra que o Sars-CoV-2 começou a se espalhar no país ainda na primeira semana de fevereiro, ou seja, mais de 20 dias antes de o primeiro caso ser diagnosticado oficialmente em um viajante que retornou da Itália para São Paulo. O caso foi detectado em 26 de fevereiro, Quarta-Feira de Cinzas, quase 40 dias antes das primeiras confirmações oficiais de transmissão comunitária, em 13 de março, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.

ATIVIDADE

01 – O QUE É PANDEMIA?
02 – O QUE É CORONAVÍRUS?
03 – ESCREVA UM TEXTO DE NO MÍNIMO 15 LINHAS RELATANDO O SEU DIA-DIA DIANTE DO ISOLAMENTO SOCIAL.

ACESSO:






quinta-feira, 15 de novembro de 2018

historiaeliel: JOAQUINA PEREIRA DA SILVA (DONA JOAQUINA)

historiaeliel: JOAQUINA PEREIRA DA SILVA (DONA JOAQUINA): Joaquina Pereira da Silva nasceu na Vila de Mazagão no então Território Federal do Amapá no dia 09 de outubro de 1947. Casou-se com o ...

JOAQUINA PEREIRA DA SILVA (DONA JOAQUINA)



Joaquina Pereira da Silva nasceu na Vila de Mazagão no então Território Federal do Amapá no dia 09 de outubro de 1947. Casou-se com o senhor Moacir Maciel de Vilhena, com quem teve sete filhos: Quídina Oliveira da Silva, Keila Pereira da Silva, Marco Aurélio Pereira da Silva, Maucir Pereira da Silva, Kayra Pereira da Silva, Maycon Pereira da Silva e Moacir Pereira da Silva. Exemplo de vida para todos. Esposa dedicada e mãe protetora em todos os momentos de sua vida.
Homenagem na E. E. MQS 29/10/18
Homenagem na E. E. MQS 29/10/18 
Funcionária Pública com enormes serviços prestados a educação amapaense, trabalhou nas escolas: Murilo Braga e Dom Pedro II em Mazagão; Santina Rioli em Macapá (1979 a 1991) Em 1992 chega finalmente a escola Mário Quirino da Silva onde permaneceu até sua partida no dia 22 de outubro de 2018, foram vinte e seis anos de dedicação a causa pública, amada por todos. 
Homenagem na E. E. MQS 29/10/18 
Dos diretores aos alunos, deixou muitas saudades e lembranças, também atuante na sua comunidade, participava de entrega de brinquedos para as crianças carentes, atuou por muito tempo como missionária ajudando nos trabalhos da Igreja Bom Pastor, era católica praticante e devota de São Jorge.
Homenagem na E. E. MQS 29/10/18 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

FRONTEIRAS BRASILEIRAS


O Brasil é o maior país da América do Sul, com um território que se estende por cerca de 47% da porção centro-oriental do continente sul-americano. Banhado a leste pelo oceano Atlântico, o Brasil possui 23.102 km de fronteiras, sendo 15.735 km terrestres e 7.367 km marítimas.

Com uma área superior a 8.500.000 quilômetros quadrados, antes mesmo de ser uma nação soberana, nosso território começou a ser delimitado pelos tratados de Madri (1750) e Santo Ildefonso (1777), que estabeleciam a separação das terras espanholas e portuguesas na América.

A formação do atual território do Brasil, contudo, remonta ao século XIV, início da chamada Era dos Descobrimentos, quando as monarquias ibéricas mostravam-se pioneiras nas grandes navegações.

Nossas fronteiras foram definidas com base nas características naturais da paisagem, como rios e lagos, ou em acidentes topográficos, como montanhas, serras e picos elevados. Somente nos lugares em que não havia possibilidade de se aplicar esse recurso demarcatório é que foram utilizadas as linhas geodésicas, que correspondem às linhas traçadas no terreno tendo como referências as coordenadas geográficas: paralelos e meridianos.

A determinação dos nossos limites territoriais - tanto os que separam internamente os estados, quanto os que marcam a separação do Brasil de seus vizinhos - é definida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) desde 1944. A partir de 1991, com a modernização da tecnologia, os limites passaram a ser determinados por satélites de posicionamento, com a criação do GPS (Sistema de Posicionamento Global).

Os definidores das fronteiras brasileiras são: rios = 50%; serras = 25%; lagos = 5%; linhas geodésicas = 20%.


FOTO: FRONTEIRAS TERRESTRES - No encontro dos rios Paraná e Iguaçu é possível ver as fronteiras de Brasil, Argentina e Paraguai, com os respectivos obeliscos sinalizados pelas cores das bandeiras nacionais.

A fronteira terrestre representa cerca de 68% de toda a extensão dos limites territoriais brasileiros, colocando o Brasil em contato com dez outras nações sul-americanas. Com exceção do Chile e do Equador, todos os países da América do Sul fazem fronteira com o Brasil:

A segunda região em destaque é a Região Sul, com uma extensão fronteiriça de quase 2.500 km no continente, tendo como estado que mais se destaca o Rio Grande do Sul. A terceira é a Região Centro-Oeste, sendo o estado de maior extensão fronteiriça o Mato Grosso do Sul.



                             FOTO: FRONTEIRA MARÍTIMA – RIO OIAPOQUE.

A fronteira marítima estende-se da foz do rio Oiapoque, no cabo Orange, na divisa do Amapá com a Guiana Francesa, ao norte, até o arroio Chuí, na divisa do Rio Grande do Sul com o Uruguai, ao sul.

A linha costeira do Brasil tem uma extensão de 7.367 km, constituída principalmente de praias de mar aberto, e corresponde a 32% de toda a extensão fronteiriça nacional, o que representa um fator propício ao desenvolvimento econômico, pois a grande diversidade de paisagens litorâneas favorece a instalação de portos, o desenvolvimento da pesca e a exploração de recursos energéticos encontrados nas profundezas marinhas, como petróleo e gás natural.

Com exceção da Região Centro-Oeste, todas as outras regiões têm fronteiras no Atlântico; sendo a Região Nordeste a que tem maior extensão litorânea. O estado brasileiro com o litoral mais extenso é a Bahia, e o que possui menor extensão litorânea é o Piauí. A segunda região de maior extensão litorânea é a Região Sudeste.

Para tratar dos assuntos de limites internacionais, o Ministério das Relações Exteriores mantém na Secretaria de Estado (em Brasília) a Divisão de Fronteiras (DF), que coordena as atividades de duas Comissões Técnicas:

- a Primeira Comissão Brasileira Demarcadora de Limites (PCDL), sediada em Belém (Pará), encarregada das atividades nas fronteiras do Brasil com Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa;

- a Segunda Comissão Brasileira Demarcadora de Limites (SCDL), sediada no Rio de Janeiro, encarregada das atividades nas fronteiras do Brasil com o Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia.
A monarquia brasileira deixou uma herança problemática para o Brasil Republicano, que foi a questão das fronteiras. Tais questões só foram definitivamente resolvidas através de acordos diplomáticos, geralmente com arbitramento internacional. 

A questão de Palmas ou das Missões:
Brasil e Argentina eram dois países que lutavam pelo pódio de maior potência da América do Sul.

O governo argentino considerava que os rios Iguaçu e Chapecó eram a fronteira deles com o Brasil, então tentavam ocupar o território de Palmas. 


A questão foi solucionada mediante o arbitramento do presidente dos Estados Unidos Grover Clevand, com o Barão do Rio Branco na defesa do Brasil. E conforme o árbitro, a fronteira entre os dois países ficou definida pelos rios Pepiri-Guaçu e Santo Antonio, sendo assim a região de Palmas permaneceu no poder do Brasil. 

A Questão do Amapá (1894-1900)
Embora o 1º Tratado de Utrecht (1713) houvesse estabelecido os limites entre o Brasil e a Guiana Francesa pelo rio Oiapoque ou de Vicente Pinzón, esse limite havia sido contestado após a Revolução Francesa, sucessivamente pelo Diretório, pelo Consulado e pelos impérios de Napoleão I e Napoleão III de França, sendo questionada a identidade daquele rio. A expansão colonialista europeia do final do século XIX suscitou novos conflitos na região, com o surgimento da República de Cunani e choques armados no rio Calçoene (1894).

O Tratado de 1897 escolheu para árbitro da Questão o presidente do Conselho Federal Suíço, Walter Hauser.

Os argumentos brasileiros foram expostos pelo barão do Rio Branco, encarregado em 1898 da Questão. A mesma já vinha sendo estudada informalmente pelo barão desde 1895 que, ao chegar a Berna, apresentou uma memória de sete volumes: A questão de limites entre o Brasil e a Guiana Francesa (1899-1900).

A sentença arbitral, datada de 1 de dezembro de 1900, foi favorável ao Brasil, mantendo-se a fronteira pelo rio Oiapoque. A popularidade de Rio Branco atingiu uma dimensão nacional, e ele assumiu a Pasta das Relações Exteriores (1902-1912).

A questão da ilha de Trindade
Em meados de 1895 a Inglaterra reparou que a mais de um século não havia habitantes na ilha de Trindade, então o governo inglês resolveu povoá-la, mas o Brasil reivindicou seus direito, e protestou.

Então a Inglaterra propôs resolverem o assunto da ilha através de arbitramento, mas o Brasil se recusou a resolver desta maneira, todavia, resolveu aceitar a intervenção de Dom Carlos I, rei de Portugal, porque lá existiam alguns documentos que provavam o descobrimento da ilha pelos portugueses.


Desta vez o ministro João Artur de Sousa Correia e o Marquês Soveral defenderam o Brasil em Londres, e em 1896 a Inglaterra se retirou da ilha de Trindade. 


A questão Pirara
A chamada Questão do Pirara foi uma das mais importantes disputas territoriais do Brasil com seus países lindeiros. Exigiu da diplomacia brasileira um desempenho à altura da disputa com um dos países mais importantes do mundo. No caso, a questão foi entre o Brasil e a Inglaterra. A Guiana Inglesa não era, como hoje, um país independente.

A região do Pirara é uma das mais setentrionais do país, localizada a nordeste do atual Estado de Roraima. Fica localizada entre os meridianos 58º e 60º oeste e entre os paralelos 1º e 4º de latitude norte, compreendida entre a margem esquerda do Rio Rupununi e o Lago Amacu, o rio Pirara, o rio Mahú e o rio Tacutú, até as nascentes deste último ao sul.

Foi uma grande disputa pela região do Pirara. Tudo começou quando a Inglaterra ocupou a região que era fronteira da Guiana Inglesa. Com a chegada da Republica, a questão foi solucionada através do arbitramento pelo rei da Itália, Vitor Emanuel III. Desta vez, a decisão foi favorável aos ingleses. Sendo assim, a região foi dividida entre o Brasil e a Guiana Inglesa. 

A Questão do Acre 
O Acre era um estado ocupado por seringueiros, que trabalhavam na extração da borracha. Mas essas terras segundo o tratado de 1777 e 1867 pertenciam à Bolívia. Tudo se tornava mais complicado, quando em 1902, os bolivianos começaram a expulsar os seringueiros brasileiros de suas terras, sendo que a extração da borracha era primordial para o Brasil. Foi então que sob o comando de Plácido de Castro, proclamaram o Estado independente do Acre, fez isso pensando em trazê-lo ao Brasil. Mesmo com as batalhas o Barão do Rio Branco começou a defender os interesses brasileiros como ministro das relações exteriores, começou as negociatas que se resultou no Tratado de Petrópolis. Então o Brasil recebeu o Acre, e em troca cedeu à Bolívia uma pequena área no estado de Mato Grosso, uma quantia de 2 milhões de libras, e construiu a famosa estrada de ferro Madeira-Mamoré, assegurando que as produções bolivianas escoassem pelo rio Amazonas. 

FONTES:
http://www.colegioweb.com.br
http://blogdoenem.com.br
http://www.ariquemesonline.com.br
http://educacao.uol.com.br


sábado, 13 de setembro de 2014

GOVERNADORES DO TERRITÓRIO FEDERAL DO AMAPÁ


O Amapá até 1943, quando foi criado o Território, tinha jurisdição no Estado do Pará, reduzindo-se a apenas três municípios: Macapá, Mazagão e Aricari. A história dos governantes começa, portanto, a partir de 1944 quando o então capitão Janary Gentil Nunes é nomeado pelo presidente Getúlio Vargas para administra-lo.


·       Janary Nunes (Janeiro de 1944 a Fevereiro de 1956)

O primeiro e o que governou por mais tempo o Amapá (quase 12 anos). Nasceu em Alenquer (Pará) em 1º de junho de 1912 e faleceu no Rio de Janeiro em 15 de outubro de 1984. Casou em primeiro matrimônio com Iracema Carvão Nunes (falecida) e depois com a irmã de Iracema, Alice Déa Carvão Nunes.

Janary Nunes e a Primeira Equipe de Governo:

De 1933 a 1934 foi redator da Revista da Escola Militar, chegando ao cargo de diretor. Em 29 de dezembro de 1934 é declarado aspirante a oficial. Mais tarde é promovido a 2º Tenente, Capitão e Major, servindo no 26º BC em Belém, no Destacamento. Em 1938 ele está no comando do Pelotão de Fuzileiros de Oiapoque, e em seguida no 15º BC em Florianópolis (SC), e na 1ª Companhia Independente de Metralhadoras, no Rio de Janeiro. A primeira etapa de transformação do Amapá em Território Federal foi de autoria de Janary que, em 1944, após criação dos territórios, é nomeado governador, o primeiro. No período de setembro a outubro de 1954, foi substituído por Theodoro Arthou, voltando em 1955, e permanecendo até 1956.

De 1956 a 1959, exerceu a presidência da Petrobrás, colaborando no Plano de Desenvolvimento e Ampliação da empresa, no período de governo de Juscelino Kubitschek. Em 1960 é nomeado embaixador plenipotenciário e extraordinário do Brasil na Turquia. Deve-se a Janary a construção dos primeiros prédios escolares (Colégio Amapaense, Instituto de Educação, Escola Alexandre Vaz Tavares, da Rádio Difusora de Macapá, da Residência Governamental, da Praça Barão do Rio Branco, da Praça Veiga Cabral etc).

·       Theodoro Arthou (Setembro a outubro de 1954)

Continuando a obra de Janary, e ficando apenas dois meses no governo Theodoro Arthou conseguiu autorização da Câmara para construção de dez escolas no interior e um grupo escolar (Escola São Benedito) no bairro do Laguinho. Há poucos dados sobre Theodoro Arthou. Sabe-se que ele foi Procurador Geral da República antes de assumir o governo do Amapá.

·       Amílcar Pereira (Fevereiro de 1956 a fevereiro de 1958)

Em seu governo o Amapá sagra-se campeão brasileiro de natação infanto-juvenil, no Rio de Janeiro, e é criado o município de Calçoene (22 de dezembro de 1956). Também é inaugurado o Porto de Santana, com a presença do presidente Juscelino Kubitschek e Augusto Antunes (ICOMI) iniciando-se a exportação do manganês no Amapá. É inaugurada a Escola Coaracy Nunes, no bairro Santa Rita (21 de março de 1957) e chega a Macapá o terceiro grupo de imigrantes japoneses (20 famílias, em 22 de março de 1957). O final de seu governo é marcado por uma tragédia: um acidente aéreo nas matas do Macacoari, ceifando a vida de Coaracy Nunes, Hildemar Maia e Hamilton Silva.

·       Pauxy Gentil Nunes (Fevereiro de 1958 a Fevereiro de 1961)

Governou o Amapá por três anos, em meio ao trauma causado pela morte do deputado Coaracy Nunes. Foi em seu governo que as ruas de Macapá receberam asfalto pela primeira vez, mas foi o interior que mereceu maior atenção, com a criação de colônias agrícolas e núcleos coloniais, além de fazendas-modelo em Aporema e Tucunaré. Como desportista, incentivou o futebol e a natação em todas as escolas. Conhecido como o “Caudilho do Norte” Pauxy foi o responsável direto pela eleição de João Havelange como presidente da FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado) num congresso nacional de Federações que ocorreu em Macapá.

·       José Francisco de Moura Cavalcante (Março a setembro de 1961)

Inimigo político de Janary Nunes, Moura Cavalcante foi nomeado por Jânio Quadros. Governou apenas seis meses, sem alguma relevância administrativa.

·       Mário de Medeiros Barbosa (Setembro a outubro de 1961)

Como governou apenas dois meses, não há fato relevante em sua administração.

·       Raul Montero Valdez (Outubro de 1961 a novembro de 1962)

Em seu período de governo é fundado o Tiro de Guerra 130, e várias inaugurações no interior, como motores de luz e campos de pouso.

·       Terêncio Furtado de Mendonça (Novembro de 1962 a abril de 1964)

Nomeado pelo presidente João Goulart, o coronel de Exército Terêncio Furtado de Mendonça Porto assume o governo do Amapá com apoio do deputado Janary Nunes, mas seu governo teve de enfrentar as turbulências da ditadura militar que consegue dar seu golpe e depor Jango. Eis os principais acontecimentos ocorridos no período:

— Surge em Macapá o jornal Opinião, semanal, de propriedade de Pauxy Nunes;
— É criada a Guarda Noturna de Macapá (1962);
— É fundada a Associação Amapaense de Imprensa (1963);
— Surgem os primeiros manifestos em pró-Estado do Amapá (1963).

·       General Luiz Mendes da Silva (Abril de 1964 a abril de 1967)

Nomeado pelo marechal Castelo Branco, Luiz Mendes veio com plenos poderes para fazer prevalecer os pressupostos da "Revolução" de 1964, e "manutenção da ordem". Entre outras obras, Luís Mendes:
— Cria o Diário Oficial do Território do Amapá (1964);
— Delimita, pela primeira vez, a zona urbana de Macapá;
Muda a denominação de Escola de Prendas Domésticas para Ginásio — Feminino de Macapá (atual Escola Santina Riolli);
— Institui a Comissão Territorial de Investigação Sumária para "apurar atividades dos servidores territoriais que queriam tentar contra a Segurança Nacional”;
— Muda o nome Escola Industrial para Ginásio de Macapá, a atual Escola Integrada de Macapá;
— Cria a SATFA (Superintendência de Abastecimento do Território Federal do Amapá);
— Constitui a Companhia Amapaense de Telefones;
— Inaugura a UHE Coaracy Nunes, no Paredão, e o Posto Médico da Fazendinha.

·       General Ivanhoé Gonçalves Martins (Abril de 1967 a Novembro de 1972)

Matogrossense de nascimento, o segundo governador da ditadura militar continuou a missão de Luís Mendes. Seu governo foi marcado por agitações políticas. Entre outras coisas:
— Autorizou a instalação de uma fábrica de compensados em Santana (BRUMASA);
— Construiu o Ginásio Paulo Conrado e o Ginásio Normal Rural de Amapá;
— Cria o Conselho Territorial;
— Inaugura a BR-156, de Macapá a Clevelândia;
— Foi em seu período de governo que a Rádio Educadora São José entrou no ar, e ironicamente foi fechada por outro governador militar (Arthur Henning).

·       Capitão de Mar e Guerra José Lisboa Freire (Novembro de 1972 a abril de 1974)

O capitão Lisboa Freire é o primeiro de três oficiais da Marinha a governar o Amapá. Sua passagem durou apenas dois anos e ele constituiu-se como um administrador híbrido. A maior contribuição foi na estruturação administrativa do Amapá. A partir dele o Amapá passa para o domínio da Marinha, sendo Rondônia com o controle do Exército, e Roraima da Aeronáutica.

·       Capitão de Mar e Guerra Arthur de Azevedo Henning (Abril de 1974 a março de 1979)

Com o governo do mineiro Arthur Henning Macapá tem seu primeiro Plano Urbanístico. Ele se notabilizou pela dinâmica administrativa e modernização da cidade. Entre outras coisas, Henning:
— Trouxe a televisão para Macapá, inaugurando o primeiro canal (6), com imagens da Rede Globo;
— Transfere o controle da UHE Coaracy Nunes para a Eletronorte;
— Substitui a antiga Guarda Territorial pela Polícia Militar do Amapá;
Há três fatores negativos em seu governo:
— Consegue a desativação da Rádio Educadora São José;
— Com a criação da Rádio Nacional de Macapá, ele desativa a Difusora e transfere todo o seu equipamento para a nova emissora;
— Ficou conhecido o jargão de sua autoria: "O Amapá não tem história”...

·       Capitão de Mar e Guerra Anníbal Barcellos (Março de 1979 a Julho de 1985)

O último militar do período do golpe. Conseguiu se popularizar ao ponto de mais tarde se eleger deputado federal e prefeito de Macapá. Administrativamente não apresentou nenhum plano, apenas pôs em prática aquilo que já estava planejado no período de Arthur Henning, modificando alguns parâmetros. Entre eles:

— Extensão de energia elétrica 24 horas para Mazagão;
— Inauguração de várias praças na capital, o que lhe valeu a alcunha de "Pracellos";
— Compra "a primeira usina de asfalto" para Macapá;
— Cria uma empresa estatal de navegação (SENAVA) e manda construir navios de médio porte para o transporte fluvial entre Macapá e Belém;
— Cria comissão para elaboração dos símbolos oficiais do Estado;
— Cria o Conselho Territorial de Cultura;
— Embeleza a cidade com vários prédios (Teatro de Macapá, Banco do Estado do Amapá), dando um contorno arquitetônico modernista.

1985 a 1990 - Governadores Civis Nomeados:

·       Jorge Nova da Costa (Julho de 1985 a maio de 1990)

O engenheiro agrônomo e economista Jorge Nova da Costa governou o Amapá por três anos e quatro meses. Suas obras principais foram:

— Construção do prédio do Processamento de Dados;
— Instalação da primeira Delegacia de Crimes contra a Mulher;
— Ampliação do contingente da Policia Militar do Amapá, de 950 para 1.673 soldados;
— Construção do prédio da Junta Comercial do Amapá;
— Várias obras no interior do Estado, na área agrícola.

·       Doly Mendes Boucinhas (Maio de 1990)

A rápida passagem do militar Doly Mendes Boucinhas, (menos de um mês) ocorreu para que fosse resolvido o impasse entre o presidente eleito do Brasil, Fernando Collor, e o governador Jorge Nova da Costa. Collor, ao assumir o poder, havia indicado o nome do sergipano Gilton Pinto Garcia para o governo do Amapá até a eleição do primeiro governador. Jorge Nova, por sua vez, insiste em ficar por ter tido o "referendum" do Congresso. Assim, Dolly Boucinhas fica no poder até a resolução do impasse.

·       Gilton Pinto Garcia (Maio de 1990 a dezembro de 1990)

Amigo do presidente Collor, o advogado sergipano Gilton Garcia governa o Amapá por sete meses. Filho de Luís Garcia e Emília Marques Pinto Garcia, Gilton nasceu em Aracaju (Sergipe) em 5 de janeiro de 1941. Em abril de 1975 é eleito presidente da OAB de Sergipe até 1979, quando em agosto, é nomeado Procurador Geral de Justiça do Estado de Sergipe. Em novembro de 1983 é eleito deputado estadual pelo PDS. Em abril de 1990 é nomeado governador do Amapá, pelo presidente Collor, mas só assume em 25 de maio. Entre as obras de destaque:

— Concluiu a primeira etapa do Estádio Zerão;
— Concluiu o Teatro das Bacabeiras, obra iniciada no governo Barcellos;
— Concluiu e inaugurou o prédio do Tribunal de Contas;
— Iniciou a construção do Tribunal de Justiça do Amapá.

Os governadores seguintes foram eleitos diretamente, após a transformação em estado ser efetivada.

REFERÊNCIAS:
      
MORAIS, Paulo Dias. Governadores do Amapá: principais realizações. Macapá: Gráfica J.M., 2005.

SANTOS, Fernando Rodrigues dos. História do Amapá. Macapá: Valcan Ltda, 1994.